⍟ Jurado técnico do segundo episódio, Alex Mesquita avaliou uma prova em que Beefeater Gin foi a estrela principal dos cocktails. Para ele, foi gratificante participar da popularização da alta coquetelaria na TV
Publicado em 22 de outubro de 2021, às 11 horas.
Um dos grandes nomes da coquetelaria nacional, o mixologista carioca Alex Mesquita foi o segundo jurado técnico da temporada do Bar Aberto, que vai ao ar às quintas-feiras, a partir das 21h30, no Multishow. O episódio da semana envolveu provas em que os drinks clássicos à base de Beefeater Gin eram as principais estrelas. Segundo Mesquita, o episódio representou um desafio grande para os participantes, mas também para o júri.
“Nós, que já somos profissionais e estudamos a estrutura dos principais drinks, conhecemos as bases para trabalhar. Por outro lado, os participantes que não têm a mesma bagagem, sentiram dificuldade para fazer as receitas sem entender a história, a filosofia e a origem por trás delas”. O jurado destaca que os bartenders amadores sabiam pouco sobre os clássicos, mas tentaram usar o bom senso para resfriar os cocktails corretamente, batê-los da forma adequada e fazer a melhor apresentação.
Entre os erros, ele destaca a produção de quatro drinks simultaneamente, em que o participante errou a dosagem dos ingredientes na coqueteleira e, ao servir, o último copo ficou pela metade. Porém, o episódio também teve momentos emocionantes. Alex Mesquita cita o preparo da receita do Corpse Reviver, um clássico à base de gin criado por Harry Craddock, no Hotel Savoy, em Londres.
“Eu só fiz esse drink umas duas vezes na vida. E me emocionei ao ver a participante fazendo este mesmo cocktail pela primeira vez na vida dela, e o resultado ser perfeito. Hoje, o Brasil enxerga a coquetelaria de uma forma diferenciada e pude sentir isso nessa prova”, detalha.
Para ele, a oportunidade de ser jurado técnico foi gratificante. “Foi muito importante participar do crescimento da coquetelaria em nosso país, e o Bar Aberto é uma parte importante nisso. A evolução dos participantes é clara”.
DE JOGADOR DE FUTEBOL À MIXOLOGISTA
O sotaque não engana: Alex Mesquita foi nascido e criado no estado do Rio de Janeiro. Mas antes de vestir o avental de bartender em casas pelo estado, usou a camisa do Fluminense, time em que jogou desde as categorias de base até a categoria profissional. Quando jovem, o trabalho dos barmen chamava sua atenção nos bares. A virada de chave aconteceu quando sofreu um acidente de carro e ficou afastado do esporte. Enquanto fazia reabilitação motora, assistiu o filme ‘Cocktail‘, estrelado por Tom Cruise, que conta a história de um administrador formado que tentava uma oportunidade na sua área profissional e viu sua vida mudar com a coquetelaria.
“Eu encarei o filme de forma inspiradora”, explica. “Eu era jogador de futebol, sofri um acidente que interrompeu minha carreira, tinha parado os estudos. Sou formado em Marketing e me vi na mesma situação dele. Como eu gostava de bar e de serviço, eu pensei em que seria legal explorar essa área”.
Em meados dos anos 1990, não existiam muitos cursos, e Mesquita viajou para São Paulo para fazer aulas de bartender. Durante o curso, assistiu um vídeo sobre um dos melhores profissionais do mundo na época, que era argentino, e orientado por um amigo, viajou ao país vizinho para se especializar na área na Universidad del Cocktail – única instituição de ensino do tipo na América Latina. O novo curso, que deveria durar um mês, levou a uma temporada de quatro anos na Argentina, com muitas experiências e aprendizados.
Alex Mesquita voltou ao Rio de Janeiro em 1999 para trabalhar com serviço de bares para buffets e casamentos na empresa Rio Coquetel. O mercado era pouco explorado e cheio de oportunidades, mas acabou saturado com a chegada de grandes empresas do ramo. Por este motivo, fechou a empresa e abriu uma escola de coquetelaria, onde deu cursos por dois anos.
Com a virada da década, sentiu-se estagnado, em busca de uma guinada em sua profissão. “Decidi investir na minha própria carreira de mixologista e consultor de bares”, afirma. “Existiam poucos, mas eu queria me destacar. Foi um ano que eu precisei me reinventar”.
Começou então a trabalhar para marcas de bebidas, realizando cursos de motivação e plano de carreira para bartenders, compartilhando seus aprendizados. Em 2012, ao assumir o o Paris Bar, no Rio, veio a projeção nacional. Em cinco anos, foi eleito por três vezes o melhor barman da cidade pela Veja Rio, além de acumular a premiação da revista Prazeres da Mesa com sua equipe.
Após o Paris Bar, foi convidado a trabalhar como embaixador de uma marca de cachaça. Desde 2019, atua como Diretor Criativo de Cocktails para dois restaurantes orientais no bairro de Pinheiros, na capital paulista: Tan Tan Noodle Bar e Kotori.
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Perdeu a entrevista do primeiro jurado técnico desta temporada? Confira a seguir:
Leandro Santos: “O nível dos participantes aumentou em comparação com a temporada anterior”