De volta ao Brasil, assumi o balcão do Café Bar Arcângelo, no Edifício Maletta, a convite de um amigo. Ele me ensinou os drinks da carta e aprendi as técnicas na marra. Quanto mais eu estudava, mais me apaixonava pela profissão e sentia que aquilo era para mim. Em 2015, fui convidada para trabalhar em um bar temporário chamado Alfaiataria, onde conheci a equipe do Guaja, com quem trabalho até hoje. Em 2016, o Guaja ganhou o segundo lugar entre as melhores cartas de drinks de Belo Horizonte na Veja com o meu primeiro menu autoral. No início da pandemia, o bar precisou fechar e achei que precisaria mudar de profissão aos 42 anos. Comecei a vender sucos de tomate artesanais – os mesmos que eu preparava para o Bloody Mary do bar. Isso me mostrou que eu podia investir na produção artesanal de licores, xaropes e infusões. Fiz um curso sobre o uso de Plantas Alimentícias Não-Convencionais (PANCs) na coquetelaria e isso abriu um novo mundo para mim. Passei a estudar os biomas brasileiros e nossa cultura, nossas garrafadas, nossas produções locais e artesanais, revendo o meu estilo na coquetelaria. Depois que você descobre algo assim, não dá para voltar atrás. Mudou meu trabalho para sempre.