drinks clássicos com gin

Artigo | Clássicos com gin, misturas mais populares do que nunca

⍟ Por trás de cada cocktail clássico com gin estão séculos de histórias, sabores e tendências que são essenciais para a formação de um bartender completo

Publicado em 25 de outubro de 2021, às 11 horas.

Coquetelaria é um assunto que me fascina há bastante tempo. No meu início de carreira, eu escutava que era preciso muito estudo, dedicação e, acima de tudo, vontade de entender uma história que nunca vivemos. Quando digo isso, me refiro às décadas, aos fatos históricos que estão por trás de cada bebida, de cada receita. Hoje, entendo que, para ser um profissional completo, o bartender deve conhecer muito bem essas bases, sem esquecer da hospitalidade e do serviço que compõem um atendimento.

Na minha opinião, preparar um drink é algo extremamente complexo quando o assunto é a mistura de sabores. O pensamento criativo, antigamente, era visto como inspiração divina, passando a ser estudado com mais afinco a partir dos anos 50, uma década que também foi muito importante para o rumo da coquetelaria que temos hoje. Esse potencial criativo de entender a coquetelaria é inato a todo ser humano, porém ele se ensina e se aprende.

Hoje eu tenho a oportunidade de ser convidado pela Pernod Ricard Brasil para participar da segunda temporada do Bar Aberto, que é algo que me enche de orgulho e me mostra que estamos no caminho certo, porque muitas coisas boas ainda estão por vir.

TRANSFORMAÇÃO E FUTURO

Acompanhar esse novo comportamento e a transformação no setor de bebidas, bem como o surgimento do reality, nos permite levar a nossa experiência como mixologistas para outro tipos de pessoas. Antes do coronavírus colocar nosso mundo de cabeça pra baixo, já havia também uma demanda crescente por drinks mais elaborados com gin e esse fenômeno vem impulsionando o mercado, especialmente com jovens bartenders amadores que agora começam a sair do anonimato.

Participar da segunda temporada do Bar Aberto, foi algo de grande importância e responsabilidade, pois ao avaliar inúmeros participantes, percebi que o futuro da profissão é bem melhor do que quando comecei.

Todas as provas foram criteriosamente analisadas e pensadas, não só no desafio de preparo, mas também do entendimento da história geral da coquetelaria. Entender uma receita, suas medidas e a forma de preparo é totalmente diferente quando você está diante das câmeras, diante de um júri qualificado e com uma equipe de profissionais por trás do set de gravação. Neste momento, se você não está totalmente apaixonado pela arte da mistura, diante das câmeras você não consegue ultrapassar a barreira da timidez e da falta de conhecimento.

ATRAVÉS DOS TEMPOS

Ao descobrir que iria julgar um desafio de drinks clássicos à base de gin, em um episódio de Beefeater, imediatamente  passaram pela minha cabeça várias histórias, vários momentos ao longo da minha carreira e tudo que aprendi com esta base alcoólica, que já foi esquecida no tempo e, de certa maneira, foi muito marginalizada através dos séculos.

Que oportunidade de viver e compartilhar uma mudança de comportamento no mercado, e acompanhar isso bem de perto! Afinal, os drinks clássicos com gin estão em alta há bastante tempo e, como vimos no reality, todo o portfólio de Beefeater: London Dry, Botanics, Pink e 24, nos dão um leque de possibilidades na hora de preparar os cocktails.

Porém, as origens do gin e dos demais destilados tinham objetivos bem diferentes do que imaginamos hoje, pois surgiram com o potencial medicinal. As características do álcool fermentado eram conhecidas desde a antiguidade e a maceração de ervas e vegetais era usada para melhorar o seu sabor. Mas só foi na Idade Média que os árabes sistematizaram o estudo de destilação e aperfeiçoaram os alambiques rudimentares. Vários estudiosos da época afirmavam que o zimbro poderia ser a cura milagrosa contra a peste negra.

Embora não servisse para curar grandes males, a bebida à base de zimbro, que ainda não era o gin que bebemos hoje, já era conhecida por metade da população europeia que havia sobrevivido à doença, e que acabou migrando para as cidades sedentas por álcool. Quer um exemplo de uma capital que sofreu os efeitos desta sede? Londres, durante a Gin Craze.

FIRMES E FORTES

Desde um Fitzgerald até o famoso Corpse Reviver, os clássicos com gin seguem mais fortes do que nunca. E em uma das provas do Bar Aberto, eu tive que julgar uma receita de Corpse Reviver, feito com Beefeater London Dry, e analisar seu perfil de sabor, potencial alcoólico e apresentação. Foi emocionante e desafiador poder degustar uma receita tão complexa e cheia de detalhes. Para a minha grande surpresa, a receita estava bem refrescada e equilibrada. Aliás, equilíbrio de sabores é o pilar mais importante de qualquer mistura.

Na arte da coquetelaria, buscar esse equilíbrio é o que faz o bartender se destacar na multidão, e no ponto de vista dos “amadores”, nessa segunda temporada, o nível aumentou bastante.

Foi extremamente gratificante participar deste episódio e fica aqui o meu agradecimento às equipes do Bar Aberto, Clube do Barman e Pernod Ricard Brasil.

Um abraço carinhoso e até a próxima!

rosto alex mesquitaAlex Mesquita

@oalexmesquita
Alex Mesquita é mixologista no Rio de Janeiro com mais de 20 anos de carreira. Atualmente é Diretor Criativo de drinks dos restaurantes TanTan Noodle Bar e do Kotori, na capital paulista.

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CLUBE DO BARMAN

Plataforma educacional sobre coquetelaria da Pernod Ricard Brasil. Aqui você encontra tudo o que precisa saber para ser tornar um bom profissional. Coquetelaria de qualidade, onde o que mais importa é a venda de produtos de alto padrão ao consumidor final e a opinião que vale é a do Mercado.

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