São usados para peneirar líquidos. Os três tipos principais são o mesh strainer, o hawthorne e o julep. Feitos de metal.
Hawthorne Strainer
Patenteado por Willian Wright, de Boston, em 11 de outubro de 1892 e inventado por Dennis P. Sullivan, o Hawthorne Strainer foi criado e registrado desde sua origem como um coador próprio para coquetéis. Como pode-se observar no registro de patente, há uma ilustração mostrando como o hawthorne se adapta bem ao mixing glass.
Segundo o texto original que acompanha este registro, consiste em “um prato circular com uma mola espiral em volta para que se adapte automaticamente a recipientes de vários tamanhos e formas”. Para ler o documento na íntegra (em inglês), basta clicar aqui.
Contudo, em nenhum trecho do documento é citado o nome “Hawthorne”. Afinal de contas, de onde veio esse nome? Seria a empresa de Willian Right, uma homenagem a alguém ou a alguma cidade?
Dennis P. Sullivan cedeu seu invento para que Wright o registrasse, contudo não sabemos ao certo o motivo. O fato é que Sullivan tinha um bar com este nome.
Embora no registro de patente não tenha sido ilustrado este detalhe, que é um limitador da amplitude que uma patente precisa abarcar, é muito provável que os primeiros hawthorne strainers já tivessem seu nome estampado em forma de furinhos no prato de metal.
No mesmo local onde ficava o The Hawthorne, hoje encontra-se um hotel Ritz Carlton. O bar do hotel chama-se Avery Bar. Então, se quiser visitar o local onde provavelmente nasceu o Hawthorne Strainer, já sabe onde ir.
Ao contrário do que possa ser propagado, o Hawthorne, como já dizia a patente, pode ser utilizado na coqueteleira, no mixing glass e onde mais for necessário. Não existe uma regra que determine que um tipo de coador seja feito para um determinado tipo de recipiente.
O que amplamente se divulga é que o Julep deve ser utilizado no mixing glass e o hawthorne, na coqueteleira. Contudo que determina qual tipo de coador deve ser utilizado é o tipo de coagem que se espera. No caso do hawthorne, ele é preciso na retenção de pedaços pequenos de gelo e de frutas, além de reduzir a aeração do coquetel, diminuindo a quantidade de bolhas do drink.
Então, evite utilizar o hawthorne em drinks emulsionados com clara de ovo, para que não reduza a espuma desejada. Se desejar coar pedaços muito pequenos de frutas, utilize uma peneira fina (tea strainer) junto com o hawthorne.
Peneira, Coador ou Fine Mesh Strainer
É uma peneira de malha de aço de uso comum na cozinha. Sua malha pode ter tamanhos variados e, no caso do bar, costumamos utilizar uma que seja fina o suficiente para reter os menores pedaços de frutas e gelo, de modo que não faça o processo de coagem ser muito demorado.

Apesar de termos nos habituado a utilizá-la apenas como auxiliar em uma coagem dupla, é interessante lembrar que ela pode ser utilizada também para afinar purês (basta colocar o purê na peneira e mexer com uma colher, de forma a despejá-lo, ainda mais refinado, em outro recipiente).
É possível também usá-la para salpicar insumos sólidos, como canela e açúcar.
Talvez um de seus usos mais antigos quando o assunto é líquido, seja para fazer a coagem ou infusão de chás. Daí também o motivo de ser comum também chamar este tipo de peneira de ‘Tea Strainer”.
Depois de usar a peneira, faça uma boa higiene usando uma pequena escova, já que sua malha fina pode reter sujeira difícil de ser removida com esponja.
Julep Strainer
Sabemos que o Mint Julep é uma bebida matinal refrescante muitíssimo consumida, desde o século XVIII, no estado americano do Kentucky, de onde vem seu spirit, o Kentucky Bourbon Whiskey.
O clima árido no verão favorecia a propagação deste refresco, que era consumido amplamente no derbi (corridas de cavalo) e em momentos de descontração e relaxamento.
Também sabemos que esse drink é preparado e servido dentro dos famosos recipientes metálicos, com um design único. Dentro dele vai tudo: gelo, os demais ingredientes e um ramo de hortelã fresca.
Mas, afinal de contas, se o Julep não é um drink coado, por que raios o coador se chama Julep?

Muito embora naquela época o Julep fosse o queridinho no sul dos EUA por seu sabor e refrescância, com certa frequência seus consumidores tinham sensibilidade nos dentes (e cáries, também).
Como o gelo do Mint Julep entrava em contato com os dentes e poderia causar aquelas dores lancinantes próprias de quem tem dentes sensíveis, é provável que a pequena peneira fosse utilizada para retê-lo antes de tocar as ‘panelas’ do consumidor.
Outra versão aponta que o julep strainer era utilizado para evitar que o bigode do cavalheiro entrasse em contato com a bebida.

O uso do Julep, atualmente, é mais amplo do que em sua origem. Como dito acima, o que determina o tipo de coador a ser utilizado é o tipo de coagem que se deseja.
Quando não há frutas ou pedaços pequenos de gelo a serem coados ou mesmo quando o drink é emulsionado com clara de ovo e não se deseja perder o volume da emulsão, o coador tipo Julep é o mais indicado.
Normalmente é utilizado em conjunto com o mixing glass. Em casos bastante raros vemos profissionais que o utilizem em conjunto com coqueteleira.
Há coadores julep com as mais diversas formas. Mas essas variações são estéticas. Em suma, é uma peneira de metal com furos que permitem a passagem do líquido, muito semelhante a uma escumadeira.