Hard Shake

Tendências globais para bebidas em 2018

⍟ Antes mesmo que as principais tendências cheguem ao Brasil, é importante que você se prepare e estude estas questões

Publicado em 30 de janeiro de 2018, às 9h50.

Observando algumas mudanças em massa e movimentos de consistência no mercado da coquetelaria, o IWSR – um dos maiores databases analíticos do mundo sobre o comércio de bebidas – divulgou recentemente um relatório com algumas tendências que vão impactar o mundo do bar em 2018.

Algumas delas não se referem apenas às opções de bartenders ao redor do globo por determinados tipos de spirits ou guarnições, mas também sobre as preferências de quem está do outro lado do balcão.

É improvável que algumas tendências cheguem tão cedo ao Brasil, mesmo assim é importante que você as conheça. Assim, terá tempo de sobra para começar a se mexer, estudar e testar algumas dessas questões em seu próprio balcão. Portanto, mãos à obra!

1 – SEM FILTRAGEM

Esse papo já é bem comum no mundo da cerveja, mas em breve começaremos a ver esse método aparecendo também na indústria de bebidas destiladas. A clareza e limpidez dos spirits sempre foram sinônimos de qualidade, uma vez que impedem a existência de qualquer organismo vivo ou decantação no produto.

Em minha opinião, acho que isso pode vir à tona na coquetelaria por meio de infusões, macerações e licores parecendo unfiltered. Particularmente, essa história não me agrada muito.

2 – GINS COLORIDOS

É cada vez mais comum encontrar gins coloridos nos bares da Europa. Eles são muito utilizados para transformar o tradicional G&T em um cocktail ainda mais comercial e também para atrair novos adeptos da bebida através de seu visual. Quando essa tendência chegar ao Brasil, se segure. Você desejá desesperadamente que alguém peça aquela caipisaquê de lichia com adoçante.

A cor é algo que vai predominar na mixogastronomia no próximo ano. Impulsionada pelas redes sociais, em que todo cliente se transforma em jornalista, chamar a atenção (de forma coerente, óbvio) por meio de cores inusitadas, tonificadas ou trocadas pode despertar maior interesse do público virtual, gerando mídia instantânea.

Grandes marcas de gin já entraram na nova onda, inclusive Beefeater que tem produto em teste, Beefeater Pink. A experiência será feita no mercado espanhol, que há anos vive uma febre por drinks à base do destilado de zimbro. Será que depois de lançado ele vem para cá?

3 – COCKTAILS COM BAIXA GRADUAÇÃO ALCOÓLICA

Você já deve ter respondido à pergunta: “é verdade que o gin é o destilado menos calórico que existe?”

Pois bem, como acompanhamos aqui, nota-se uma preocupação muito grande ao redor do mundo com o alto consumo de bebidas alcoólicas entre jovens. Em muitos países, ‘ficar muito bêbado’ já é visto como deselegância entre eles, sem contar o aumento da busca pela vida saudável ainda durante a adolescência.

Não é a toa que ingredientes como vermutes e Jerez estão em alta na coquetelaria, muitas vezes como protagonistas. Automaticamente, é natural o aumento de consumo de bebidas Premium e Super Premium. A escolha vira uma questão de qualidade e não quantidade, já que essas bebidas têm um custo maior tem um valor ali disposto a ser pago

Nem precisamos falar que o consumo de álcool caiu bastante no Brasil diante da Lei Seca. A Pernod Ricard Brasil e o Clube do Barman têm orgulho de realizar um trabalho consolidado e único na promoção do consumo responsável.

4 – GASEIFICAÇÃO

Parece bobeira, mas o fizz estará super em alta este ano. O aumento de venda de drinks com espumante na Europa cresce exponencialmente e marcas de destilados investem em produtos carbonatados para mesclar com um mixing. Estude e invista nessa categoria de cocktails.

drink collins — É tendência: em 2018, estude novas receitas e possibilidades para os drinks “fizz”

5 – CANNABIS

Que tabu falar disso hein? A verdade é que a substância vem ganhando cada vez mais espaço ao redor do mundo, e aos poucos vem sendo liberada. Em países onde o uso da cannabis é legalizado, já é possível encontrar a maceração da erva em álcool, licores, e até mesmo em xaropes artesanais para a criação de drinks.

O Clube do Barman adverte: esse tópico serve apenas como informação! No Brasil, a produção, venda e consumo desse ingrediente são proibidos. Não aconselhamos o seu uso.

6 – PREOCUPAÇÃO COM O MEIO AMBIENTE

Aposto que todos nós já observamos na internet alguma discussão sobre processos ambientais dentro do bar. Fato é que as indústrias de bebidas estão cada dia mais tomando a frente nesse assunto e agindo de modo a contribuir para uma produção mais sustentável de spirits.

A Pernod Ricard participa do projeto Glass is Good, que potencializa o sistema de reciclagem de suas garrafas no país e enfraquece os falsificadores. Nos últimos anos, foram recicladas mais de 11 mil toneladas de vidro. Além disso, a Pernod Ricard Brasil é criadora da tampa verde. Ou seja, todos os produtos comercializados por ela têm tampas fabricadas com material reciclável, que não degrada o meio ambiente.

Em meu próximo texto falarei mais sobre os processos ambientais no bar e como os bartenders podem contribuir em seus bares para um mundo livre de desperdícios e trabalhar com reaproveitamento inteligente.