⍟ Conceito inovador faz desse destilado a grande estrela da carta de drinks do Usina 47, inaugurado neste verão no coração do Leblon, Rio de Janeiro. Entrevistamos um dos sócios, Marcos Alvite, para saber mais sobre a nova sensação entre os bares cariocas.
Foi em uma de suas recentes viagens à Espanha, seu país de origem, que o empresário Marcos Alvite começou a planejar a abertura de um bar focado em drinks, especialmente o gin, bebida de muita tradição na Europa e cujo consumo vem aumentando consideravelmente por lá nos últimos tempos.
Formado em hotelaria e com experiência no segmento de bares, Marcos juntou-se aos sócios Duda Zagari, Rafael Cuia e Dudu Menor para concretizar sua ideia. Assim, em janeiro deste ano abriu o Usina 47, no bairro do Leblon, zona sul do Rio.
Marcos garante que o grupo em nenhum momento temeu investir no gin como carro-chefe de um bar, mesmo em uma cidade historicamente ligada ao consumo do chopp e da cerveja. Pelo contrário: não mediu esforços para criar uma casa com este e outros diferenciais – e agora comemora o sucesso e o ótimo retorno que vem recebendo dos clientes.
“O gin possui uma versatilidade muito grande e vai bem em qualquer ocasião, seja como digestivo após uma refeição, no happy-hour ou para quem gosta de sair à noite. Estamos implantando esta cultura no Usina 47, com muito sucesso. As pessoas querem entender sobre a bebida, experimentam e gostam da refrescância, da leveza e do sabor que ela traz aos drinks. Hoje temos muitos clientes que só querem saber do gin”, orgulha-se o empresário.
Usina
INGREDIENTES
50ml de Gin Beefeater
15 ml de xarope de melancia
15 ml de sour mix
75 ml de suco de melancia
3 gotas de tabasco
MODO DE PREPARO
Bata todos os ingredientes na coqueteleira
e sirva em copo com gelo. Decore com um
pedaço de melancia.
Opções, de fato, não faltam: com mais de 40 sugestões, a carta inclui drinks como o Usina, feito com Gin Beefeater, suco e xarope de melancia, sour mix e tabasco; e o drink Portônica Taylors, que leva vinho do porto branco, água tônica, limão siciliano e hortelã; além de uma infinidade de clássicos.
“As escolhas vieram em reuniões com os amigos mixologistas Lelo Forti e Alex Miranda. Trocamos ideias, pesquisamos bastante e optamos pelo Beefeater como o gin da casa. Hoje, não por acaso, o Usina é o mais vendido entre nossos drinks”, conta.
À frente do bar está a barwoman Clarissa Kinder, que também não hesita em improvisar quando há exceções. Há algumas semanas, conta Marcos, ela precisou criar algo novo para atender um cliente que preferia o uísque ao gin. O resultado foi uma receita à base de abacaxi que ficou excelente, ganhou fama e hoje é pedida informalmente no balcão, apesar de não constar no cardápio.
O Usina 47 conta ainda com as receitas da chef de cozinha Anna Elisa de Castro, com sugestões que harmonizam com os drinks. Entre elas estão petiscos como polvo à feira, tartines, ostras frescas e empada espanhola de atum, além de sanduíches especiais com pão da casa, fermentado naturalmente e que utilizam ingredientes orgânicos; e doces que levam a assinatura de Diógenes Queirós, da Dolcetteria.
RETRÔ X CONTEMPORÂNEO
Outra aposta da casa, é a decoração. Em estilo retrô, o projeto assinado pela designer Valentina Falk possui ambientação com aspecto industrial. Com mobiliário rústico, tubos aparentes, andaimes, portas pantográficas e pregadores de madeira para fixar fotos tiradas pelos clientes em câmeras polaroide – é completada por detalhes de decoração que remetem à Belle Époque. Entre os objetos inusitados estão uma máquina de ponto, aparelhos de rádio, TV retrôs, louças e até mesmo as tábuas de madeira de demolição onde as porções são servidas. Os garçons, por sua vez, circulam com um uniforme que lembra o proletariado nova-iorquino dos anos 1920 e 1930.
Combustão
INGREDIENTES
50ml de Gin Beefeater
25 ml de aperitivo italiano
15 ml de xarope de limão siciliano
75 ml de suco de grapefruit
15 ml de sour mix
MODO DE PREPARO
Bata todos os ingredientes na coqueteleira e sirva em copo longo com gelo. Finalize com um zest de limão siciliano.
Mas o bar também não abriu mão de atender ao estilo de vida contemporâneo dos clientes, com tomadas para recarregar bateria de celular e entradas para cabos USB nas mesas, entre outras facilidades.
Marcos lembra que este ponto também foi bastante discutido antes da inauguração: “Não queríamos algo high-tech, porque o gin é uma bebida que remete ao tradicional. Ao mesmo tempo, não poderíamos deixar de ter um telão ou uma TV de plasma. A solução foi adaptar estes itens ao nosso conceito, com a colocação de grades ‘enferrujadas’ em seu em torno. A pista no segundo andar, com iluminação baixa, e a grande mesa comunitária que se destaca entre as mesinhas mais baixas e permite que as pessoas batam papo em pé, como manda o estilo de vida do Rio são outros exemplos”, completa.