⍟ É possível conciliar a intensa rotina de um mixologista com uma faculdade de engenharia mecatrônica? Para o mineiro João Natas, a resposta é “sim”: o importante é acumular experiências e assimilar novos conhecimentos.
Publicado em 15 de outubro de 2015, às 19h.
João Natas tem apenas 27 anos, mas como todo mineiro que se preze já tem algumas boas histórias para contar. Ainda mais por trabalhar com coquetéis desde adolescência, quando já era figura conhecida em eventos.
Ele admite que no começo só se motivava pela chance de faturar suas primeiras economias, mas logo percebeu que a profissão de bartender também o fascinava.
“Resolvi fazer um curso de coquetelaria em 2007 e logo em seguida comecei a trabalhar em um restaurante, onde conheci algumas técnicas, como o preparo artesanal de bitters. Tomei gosto pelo trabalho, fui para o Rio de Janeiro, São Paulo, frequentei palestras e convenções, sempre procurando assimilar algo novo”, recorda.
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Brazilian Breeze
INGREDIENTES
• 50 ml Absolut vodka
• 15 ml xarope artesanal de maracujá
• 10 ml de bitter artesanal de especiarias
• 2 pedaços de limão siciliano
MODO DE PREPARO
Macere o limão na coqueteleira, adicione os ingredientes, bata com gelo e coe em uma taça martini previamente resfriada.
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Valiosas oportunidades se sucederam: Natas foi chefe de bar no Duck Club, bartender no Meet Me e mixologista no Restaurante 2013, completando assim um circuito dos mais prestigiosos na Grande Belo Horizonte. Foram cinco anos de intenso aprendizado e experiência, que pesaram não só em seu currículo, mas também na vida pessoal.
Ele explica: “O atendimento ao público é uma escola para qualquer pessoa. Aprendemos como lidar com o próximo, o que fazer, o que não fazer e o que fazer melhor. Lembro de situações ocorridas em meus primeiros eventos que ainda hoje influenciam minhas atitudes como profissional”, garante.
Hoje Natas atua como consultor, dirige uma empresa de coquetelaria para eventos e também desenvolve um projeto, ainda em fase inicial, que terá como principal objetivo estreitar o relacionamento entre bartenders e clientes dos bares da região. “A ideia é criar ações que valorizem o momento do preparo do drink, tornando a experiência mais envolvente do que um simples pedido servido à mesa”, antecipa.
DUPLA JORNADA
Mesmo em meio a tantas atividades no campo da mixologia, João Natas ainda é capaz de dedicar parte do seu precioso tempo para realizar outro sonho: a conquista do diploma de engenheiro em mecatrônica pela PUC-MG.
Aluno aplicado, ele diverte-se ao observar o espanto dos colegas com sua inabalável disposição: não são raras as vezes em que ele “emenda” suas atividades de mixologista na madrugada com as aulas matinais do curso.
Também não economiza bom-humor quando perguntado se vê alguma relação entre as duas carreiras. “A mecatrônica serve para fazer máquinas, então às vezes fico imaginando se não é possível projetar uma máquina de coquetéis à base de fichas, como as de refrigerante. Quem sabe um dia não consigo desenvolver algo assim, não é?”, provoca.