⍟ Quem criou? Não se sabe. Quando surgiu? Há dúvidas. Uns dizem que já no século XV ela era popular. Outros dizem que foi só 100 anos depois.
Seja como for, a ginjinha é um patrimônio lisboeta, não tão conhecido como os pastéis de Belém, mas tão típico quanto. Agora, essa rústica bebida, feita a partir de uma fruta da mesma família da cereja, começa a ganhar ares gourmet.
Hoje, ainda é possível encontrá-la em meia dúzia de endereços, a maioria espalhada pelo Centro Histórico da Cidade.
Na capital portuguesa, esse licor sempre foi degustado em pequenos copos, nos balcões de dezenas de tascas. Com o tempo, porém, esse hábito por pouco não desapareceu.
ONDE ESTÁ A MELHOR GINJINHA?
Todos, sem exceção, apregoam vender a melhor ginjinha, tendo como base uma receita que teve origem em mosteiros beneditinos, assim que essa frutinha chegou à Portugal vinda da Ásia, há 500 anos.
No começo era uma bebida das classes mais abastadas, devido aos custos de produção. Mas, a partir do momento em que a planta se ambientou em solo português, o preço foi caindo, na medida em que a ginjinha entrava definitivamente no gosto popular.
A GINGINHA DO CARMO, COM ‘G’, MESMO
Hoje, já é possível ver hordas de turistas querendo redescobrir os segredos da bebida. Esse renascimento chamou a atenção de empresários como Jorge Rosmaninho, que investiu na reabertura da Ginginha do Carmo, uma tasca que havia fechado suas portas na década de 60. Lá, Rosmaninho deu novos ares à bebida, que pode ser consumida até em copinhos de chocolate, por exemplo – algo que arrepia os mais tradicionalistas. Mas, para esse ex-importador de destilados, o clássico pode andar lado a lado com a inovação.
Mesmo inspirada nas típicas tabernas portuguesas, “mas com um toque contemporâneo”, a casa não abre mão do aspecto artesanal do licor, que segue uma velha receita, feita por um antigo produtor de Lisboa.
Normalmente, manda a tradição que ginjinha seja bebida no balcão. O cliente escolhe: com ou sem elas, ou seja, com os frutinhos no fundo do copo ou não. Antes de servir, a garrafa deve ser fortemente agitada e deve beber-se à temperatura ambiente. Se um dia você for a Lisboa e ver um monte de gente com copinho de plástico na mão, saiba que aquilo não é cafezinho de depois do almoço. Confere aí: