⍟ Saiba como surgiu e como é feito o licor de café mais vendido no mundo e aprenda a aproveitar sua versatilidade para a criação de cocktails saborosos
Publicado em 14 de janeiro de 2020, às 17 horas.
Dizem que as melhores coisas levam tempo. Com Kahlúa, não é diferente. Nascida nas montanhas de Veracruz, no México, em 1936, uma garrafa do licor de café à base de rum, demora, aproximadamente, sete anos para ficar pronta e chegar à uma coqueteleira. Pequenos detalhes de sua produção local, unida à expertise dos criadores e ao microclima único da região de plantio do café tornam Kahlúa um dos licores mais populares do mundo.
Com uma matéria-prima excepcional de cafés 100% arábica, a fórmula da bebida foi criada por um grupo de produtores do grão e um químico, formado por Montalvo Lara, Senor Blanco e os irmãos Alvarez. Para atingirem um padrão diferenciado de qualidade, o café é plantado nas encostas da cidade de Veracruz, onde passa seis anos crescendo à sombra para uma maturação mais lenta e grãos mais saborosos.
Como já explicamos em nosso mini manual de barismo, o grão do café nada mais é que do que a semente da cereja produzida pela planta. Para extrair e selecionar os melhores, que vão parar nas garrafas de Kahlúa, a colheita é feita à mão e as cerejas espremidas uma a uma. Em seguida, os grãos seguem para uma ala de secagem, onde descasam por mais seis meses.
Enquanto isso, é produzida a parte alcoólica de Kahlúa: o rum. Seu spirit é feito à base de cana de açúcar da própria região. Dela é extraído o suco, que depois é cozido e destilado. Para finalizar, café e rum se encontram para quatro semanas em um processo de infusão que tem como resultado o sabor inconfundível de Kahlúa.
GRANDES SUCESSOS COM KAHLÚA
Ao chegar ao mercado norte-americano, em 1940, não demorou para que o licor se popularizasse no país e também em seu vizinho, Canadá. Isso se deve a dois fatores: um deles é a paixão dos americanos por café, e a segunda, a qualidade única do produto que chegava aos bares do continente. Por esse motivo, inevitavelmente, Kahlúa teve participação importante na criação de alguns drinks que se tornaram clássicos à base da bebida no mundo: White Russian (1955, EUA), B-52 (1977, Canadá) e Espresso Martini (1984, Inglaterra).
Este último, criado por Dick Bradsell no balcão do Soho Brasserie, em Londres, mudou para sempre a trajetória de Kahlúa que, desde então, parece indissociável da receita criada às pressas por um dos mestres da coquetelaria inglesa.
Porém, não há limites para a imaginação. Novos clássicos podem surgir a todo momento. Também é possível criar twists saborosos para incrementar o menu do seu bar. Quer uma dica? Para preparar um drink 100% mexicano, born and raised, assim como Kahlúa, basta substituir a vodka do Espresso Martini por Altos Tequila, mantendo as proporções originais. Voilá, você terá um Mexpresso Martini.
KAHLÚA COMBINA COM QUE?
Assim como o café, Kahlúa tem afinidade com sabores diversos, funcionando com ingredientes cítricos, adocicados, apimentados e amargos. Destacando as notas cítricas, o licor combina com a acidez dos limões tahiti e siciliano, mas especialmente com a laranja, seja em suco ou em licores como triple séc ou Grand Marnier.
Textura também faz a diferença em um bom cocktail. Kahlúa se dá bem com bebidas gaseificadas (como tônicas, sodas e similares), espumas (como no Espresso Martini) e receitas cremosas, como é o caso do White Russian.
Não hesite em experimentar Kahlúa com drinks típicos da coquetelaria tiki, testá-lo com xaropes e geleias apimentadas ou criar bebidas quentes especialmente para o inverno. A versatilidade deste licor é um convite para experimentações.
ALINHADA COM AS TENDÊNCIAS
Com o crescimento recente do interesse por cafés de qualidade e bebidas à base da infusão ao redor do mundo, Kahlúa não poderia ficar de fora. Muito além dos drinks convencionais, a bebida está alinhada com as principais tendências da coquetelaria para oferecer para o público muito mais do que Espresso Martinis.
Uma delas é servir os drinks ‘on tap’, assim como acontece com as cervejas. Barris com o cocktail pré-preparado recebem uma injeção de nitrogênio para que saiam cremosos e gelados, diretamente no copo. Além de encantar os visitantes pelo ineditismo, os drinks ‘on tap’ também agilizam o serviço do bar e podem aumentar o volume de vendas. Quanto tempo você demoraria para preparar 50 Espresso Martinis? Agora imagine servi-los diretamente da torneira. Mas atenção: essa estratégia não substitui o trabalho do bartender, sendo apenas utilizada em bares com grande volume de vendas ou em alguma ação especial.
Outra tendência explorada por Kahlúa no exterior é a venda de latas de Espresso Martini. Assim como refrigerantes e cervejas, os apaixonados pela bebida também podem saboreá-la no conforto de casa, graças à técnica de esferas de nitrogênio que são ativadas com a abertura da lata. O resultado é um cocktail igualmente saboroso, mas com uma espuma um pouco diferente dos drinks convencionais.
O Brasil também vive uma febre de bebidas à base de café. Uma das mais populares no Brasil (e quem sabe, no planeta) é o uso de cold brew (café gelado) em cocktails refrescantes, como o Kahlúa Cold Brew. A inovação também pode surgir na preparação de bebidas cremosas, milk shakes e até mesmo sobremesas utilizando o licor de café mexicano.
Agora que você já sabe a história de Kahlúa e como aproveitar todo o potencial do licor em suas criações, confira 23 receitas que têm de tudo para fazer sucesso no seu bar: