⍟ Tradição em países como Estados Unidos e Inglaterra, a cultura do brunch tem se espalhado em diversas cidades brasileiras. Saiba o que é e como usar esta ocasião para aumentar as vendas do seu bar
A palavra brunch, do inglês, é uma combinação de duas outras palavras que dizem muito sobre o seu significado: café da manhã (breakfast) e almoço (lunch). Você já deve tê-lo visto em filmes estrangeiros: amigos se encontram em um bar ou restaurante no domingo de manhã para uma refeição longa, que mistura pratos leves, como bagels e frutas, até outros mais pesados, como waffles, ovos mexidos com bacon, e até mesmo massas. Tudo isso regado a cocktails como Mimosa e Bloody Mary. Nos últimos anos, essa tendência vem invadindo os bares brasileiros e, agora, bartenders têm mais uma oportunidade de impulsionar as vendas e proporcionar uma experiência diferenciada para seus clientes.
Embora pareça uma invenção recente, o brunch é uma prática antiga, cujo termo foi cunhado há mais de 120 anos pelo escritor britânico Guy Beringer. Em um artigo na revista Hunter’s Weekly, ele descreveu o brunch como “uma refeição servida por volta do meio-dia, que começa com chá ou café, geleia e outros acessórios para o café da manhã antes de passar para a comida mais pesada“.
Beringer dizia: “o brunch é alegre, sociável e estimulante. É feito para falar. Isso deixa todos de bom humor, satisfeitos consigo mesmos e com seus semelhantes, acaba com as preocupações e as obrigações da semana.”
AS ORIGENS DO BRUNCH
Assim como é comum na coquetelaria, a história do brunch traz muitas origens possíveis – e plausíveis também. Em uma delas, historiadores afirmam que a refeição mais tardia e longa surgiu entre os caçadores ingleses, que se juntavam para socializar antes de suas viagens, para que pudessem se alimentar de forma reforçada para enfrentar um longo dia em meio à mata. Proteínas e carboidratos garantiam a energia dos caçadores. E as bebidas alcoólicas, claro, faziam parte do banquete.
Outros historiadores apontam uma motivação religiosa por traz do brunch. Segundo essa vertente, os católicos jejuavam a partir da meia-noite de domingo para comungar nas missas dominicais e, após a cerimônia, se reuniam com suas famílias e amigos para uma refeição reforçada. Além de ajudar a matar a fome e repor as energias, esses encontros eram importantes para reforçar os laços entre os fiéis. As conversas, músicas e experiências compartilhadas em grupo eram tão boas que, aquilo que era para ser apenas um café da manhã reforçado, tornava-se um grande almoço em família.
Mas foi no período entre guerras que o brunch ganhou o status social do qual disfruta até hoje. Nesta época, grandes nomes do cinema americano faziam longas viagens de trem e se encontravam em restaurantes badalados para um café da manhã tardio, devido à viagem noturna. Aos poucos, o encontro evoluía para um almoço acompanhado de bons drinks. O público, claro, começou a buscar lugares que ofereciam esta experiência para relaxar como as estrelas de Hollywood.
A partir dos anos 70, a exigência do jejum longo antes das missas católicas de domingo foi revogada, passando para apenas uma hora antes da comunhão. Mesmo assim, o brunch sobreviveu. Tudo isso graças ao apelo social e familiar que foi enraizado entre as famílias norte americanas.
CARACTERÍSTICAS IMPORTANTES
Agora que você já conhece a história do brunch, é possível que já tenha identificado algumas de suas características mais marcantes. Vamos listar e explicar algumas delas a seguir:
- O brunch é servido aos domingos, por volta das 11h da manhã. Existem locais que oferecem opções de brunch aos sábados, mas fogem da tradição internacional.
- O brunch é uma refeição em grupo. Para receber visitantes é preciso ter mesas que comportem mais de quatro pessoas, pelo menos.
- O brunch é uma refeição longa. Não espere alta rotatividade de mesas, porque os visitantes podem passar mais de três horas juntos, conversando e comendo. No lugar da rotatividade, espere um alto ticket médio.
- O brunch acontece em etapas. Na primeira, são servido cafés, chás e sucos, acompanhados de pães, waffles, bolos e outros alimentos típicos do café da manhã. Em seguida, refeições mais calóricas e gordurosas, com carnes, ovos e massas. É aí que entram os cocktails alcoólicos, geralmente leves ou nutritivos.
- O brunch é uma refeição especial. Portanto, não sirva o cardápio padrão do seu bar ou restaurante. Crie um menu com pratos típicos, mas tente alinhá-lo à proposta da região onde é servido e também à preferência dos visitantes. O mesmo vale para a carta de drinks.
- O brunch é sobre socialização. Por isso, evite shows, música ambiente com volume alto e lugares fechados e escuros.
VENDENDO DRINKS DURANTE O BRUNCH
Como vimos, o brunch é uma refeição feita em etapas, entre grupos de amigos ou familiares, que geralmente leva algumas horas – ampliando as oportunidades de vendas para o seu bar. Com todas as particularidades desta refeição em mente, é possível montar cardápios especiais para envolver os clientes na experiência.
Evite, sempre que possível, servir o mesmo menu de cocktails habitual do seu bar durante o brunch. Uma opção interessante é criar um cardápio enxuto, mas exclusivo, com drinks clássicos desta ocasião, como Mimosas, Bloody Mary, Bellini ou Red Snapper. Assim, é possível reduzir custos com insumos e aumentar a agilidade no bar, à medida que encanta os clientes nesta refeição especial.
Outra saída possível é introduzir alguns poucos autorais com o passar do tempo, trazendo a assinatura do bar para a mesa dos clientes durante o brunch. Fazer promoções de combos de drinks também pode aumentar a lucratividade do bar, uma vez que esta experiência gastronômica impele os visitantes a consumir alimentos e bebidas de forma conjunta.
Na próxima matéria sobre o assunto, você vai descobrir uma seleção de drinks para servir durante o brunch no seu bar.
2 commentsOn Brunch: saiba o que é e como usá-lo para aumentar a venda de drinks no bar
excelente dica, vocês são demais
Obrigado, Emanuel! Que essas dicas façam a diferença na rotina do seu bar.
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