⍟ Com a mudança de comportamento de toda a população durante a pandemia, marcas estudam as tendências e traçam estratégias
Publicado em 3 de janeiro de 2022, às 10 horas.
Nas primeiras semanas do ano, o Clube do Barman faz um apanhado das principais tendências que devem nortear a coquetelaria naquele ano. Ao completar 15 anos de história, de inteligência de mercado e de contato diário com os profissionais de bar e consumidores, a equipe de mixologistas deu um passo para trás a fim de fazer um retrato do futuro dos destilados nos próximos anos.
São notórias as mudanças causadas pela pandemia nos últimos dois anos, com o surgimento de desafios como o delivery, drinks engarrafados, o engajamento de clientes pelas redes sociais, os cuidados sanitários no cenário da retomada, e todas as mudanças na preferência dos consumidores neste período.
Veja abaixo as análises do futuro da coquetelaria brasileira pelos mixologistas do Clube do Barman:
Rafael Mariachi: “O uso de bebidas envelhecidas e o retorno da vodka. A regionalidade favorecerá a cachaça e o bartender focará em agradar o consumidor, não a outro bartender.”
Dilton Sales: “Vai evoluir muito, em função da informação que chegou a todos. Facilidade para o consumidor final
preparar seu próprio drink, além da ajuda de máquinas para auxiliar na produção.”
Fábio Magueta: “Acompanhará a evolução da gastronomia. O público aprendeu a comer melhor e vai aprender a
beber melhor – em qualidade, não em quantidade.”
Plínio Silva: “Simplicidade, com menos ingredientes nos drinks. Highballs e drinks com baixo teor alcoólico ganharão destaque. O público quer a experiência com drinks, mas sem exagero no álcool.”
O FUTURO DOS DESTILADOS
O gin continua brilhando Brasil adentro, impulsionado pela febre da Gin Tônica, mas também por outros cocktails à base do destilado, como o Negroni, que também encarou uma onda recente de popularidade. Muito se especula sobre qual será a próxima estrela das cartas de drinks, e o rum é o mais cotado para o cargo. Os especialistas da Pernod Ricard Brasil avaliaram as mudanças do mercado consumidor e destacaram as principais tendências para os próximos 15 anos.
Na opinião de Luiz Eduardo Moraes, Head de Brown Spirits da Pernod Ricard: “Para a categoria de whiskies seguir se desenvolvendo, é fundamental educar o consumidor a respeito, desmistificando a imagem de bebida séria, com mínimas nuances de sabor e pouco versátil. Precisamos democratizar o whisky e aí está a importância da coquetelaria. Quebrar preconcepções, trazer novos momentos de consumo, promover descobertas de novos sabores e abusar da criatividade são elementos fundamentais nessa jornada e que só a coquetelaria poderá proporcionar nesses próximos 15 anos!”
Para Mariana Piovesani, Head de White Spirits da Pernod Ricard: “O gin seguirá conquistando cada vez mais consumidores através da refrescância e versatilidade do Gin Tônica. Ele ganhará novas variações em função dos líquidos infusionados com as mais diversas combinações de frutas e botânicos, se tornando a maior categoria de spirit premium nos próximos anos. Vamos expandir para novos momentos de consumo, como no meio de semana e happy hours, em função de drinks com menor teor alcóolico, além de brunches, ocupando espaços antes liderado por cervejas artesanais, vinho branco e aperitivos”.
Ainda segundo ela, a vodka pode reconquistar o seu lugar na preferência do público: “A vodka deve migrar do ambiente de “esquenta” e balada para momentos mais diurnos. O interesse por cocktails acelerado pela pandemia, quando muita gente se arriscou no preparo de bons drinks em casa, faz com que a versatilidade mantenha a vodka como o spirit certo para quem pretende se arriscar na mixologia muito além da caipiroska. As vodkas saborizadas com ingredientes naturais também devem se destacar como aliadas na elaboração de cocktails de alta qualidade, que surpreenderão paladares cada vez mais exigentes”.
Camila Junqueira, Gerente de Marketing da Pernod Ricard Brasil: “A aceleração do consumo em casa e a busca por drinks refrescantes, de fácil preparo e com baixo teor alcóolico, favoreceu o crescimento dos aperitivos, que são tendência de consumo diurno e saudabilidade (low ABV). São ótimas pedidas para brunches, happy hours, eventos em casa, ocupando espaços antes liderados por cervejas artesanais e vinho branco. Concorrem na mesma ocasião que o gin, endereçando drinks fáceis de fazer, em sua grande maioria acompanhados por tônica e guarnições.”